Campanhas de Março Lilás e Amarelo alertam para a conscientização do câncer do colo do útero e da endometriose.
As campanhas de saúde têm colorido os meses do ano para salvar vidas. Em março, as cores lilás e amarela procuram chamar a atenção para a importância de cuidar de duas doenças femininas que são assintomáticas em seus estágios iniciais: o câncer do colo do útero e a endometriose. Saiba mais sobre essas doenças e também como ficar atenta para fazer os exames de prevenção recomendados pelos especialistas.
Toda doença é uma ameaça à vida, mas algumas se desenvolvem silenciosamente, sem apresentar sintomas por muito tempo. Tecnicamente são chamadas de doenças assintomáticas. Uma vez iniciadas, elas vão se agravando ao longo dos anos e, quando surgem os primeiros sintomas, o organismo já está bastante comprometido. Assim, perde-se a oportunidade de cura com consequências mínimas para o organismo. No estágio inicial, quase sempre os tratamentos exigidos são menos agressivos, mais curtos e com maiores chances de cura.
É o caso do câncer do colo de útero e da endometriose, duas doenças que atingem o aparelho reprodutor feminino e são alvo das campanhas de saúde de março. O objetivo é conscientizar as mulheres dessas ameaças reais à saúde, à vida e também à fertilidade. A boa notícia é que o diagnóstico precoce é cada vez mais simples e acessível.
Março Amarelo
A Medicina já conseguiu responder a várias perguntas sobre a endometriose. Agora se sabe que o desenvolvimento anormal do endométrio está intimamente relacionado ao desequilíbrio do estrogênio. O que isso quer dizer? Significa que agora, ao perceber a oscilação do estrogênio nos exames, o médico já sabe que também deve investigar endometriose.
Isso é muito importante porque o endométrio é o tecido que recobre os órgãos do aparelho reprodutor feminino. Durante o período menstrual, os ovários produzem hormônios que preparam o útero para receber um óvulo fertilizado. Isso se dá pelo aumento da mucosa que recobre o útero (endométrio). Se essas células (chamadas de células endometriais) crescerem fora do útero, surge a endometriose. O processo desencadeia cólicas incapacitantes e sangramento intenso em algumas mulheres, mas, em muitas outras, a doença não apresenta qualquer sintoma durante anos, invadindo órgãos e causando aderências.
Como nem sempre a dor coincide com o período menstrual é comum que as mulheres busquem o ortopedista ou até o gastroenterologista para aliviar os sintomas. Sem melhora, a procura pelo especialista errado atrasa o tratamento, agravando a doença.
Além da dor, sangramento intenso e disfunções gastrointestinais, a infertilidade é outro sintoma muito presente nos quadros de endometriose. Infelizmente, nos casos mais graves, pode ser irreversível.
Dependendo da região atingida, o diagnóstico só é conclusivo com videolaparoscopia. Esse recurso avançado permite também a remoção do tecido em cirurgias minimamente invasivas. Isso significa menos riscos e uma recuperação muito mais rápida e simples.
Nos estágios iniciais da endometriose o tratamento inclui medicamentos e, às vezes, cirurgia.
Março Lilás
Já o câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, tem um diagnóstico mais fácil e preciso. Profundamente relacionado à presença do vírus HPV é também assintomático, mas pode ser diagnosticado com o exame de Papanicolaou. No exame, células do colo do útero são coletadas e analisadas para identificar a presença de lesões.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) recomenda que o exame de Papanicolaou seja realizado anualmente por todas as mulheres após o início da vida sexual.
Atualmente, uma medida de prevenção ainda mais eficiente está disponível para a nova geração, é a vacinação dos adolescentes. As meninas devem receber a vacina anti-HPV aos 9 anos e os meninos, aos 11.